segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O soneto

O soneto é a talhada mais difícil
Que um mero poeta em vida pode dar
É martelada que dói no âmago, flui no ar
Sentimento que explode como míssil.

O soneto é uma coisa de cuidado
Pois um erro é o fim da coisa bela
O que fazer se a beleza melhor é singela?
O que ornar se o coração está partido?

Não o sei. Soneto é coisa de louco
Digo coisa porque coisa é. Coisa será
O soneto não me poupa nem um pouco

Mas deste texto feio um soneto nascerá
Garanto-lhes. Nem que ele seja rouco
Nesta folha há de existir. Nascerá.

Nenhum comentário: