segunda-feira, 3 de setembro de 2007

nÃO-suJEITo
choveram!
fumegaram!
terremotearam!
vulcanearam!

trovejaram!
relampearam!
ensolararam!
nevaram!

fiZerAm-se

maremotearam!
ventaram!
anoiteceram!
amanheceram!

eXisTirAm-sE

entardeceram!
invernaram!
avanchalaram!
desertearam!

pEmsSaram-sE

furaconearam!
erosearam!
explodiram!
brisaram!

qUEstionaran-sSE

tempestadearam!
garoaram!
aurorearam!
madrugadeceram!

ErrrARam-cE

arderam!
congelaram!
liquefizeram!
solidificaram!

fInALizAraM-Cee

Ruptura

Fátima anacrônica
Vatapá trágico
Tragicômico. quá quá rá quá quá
Beleza. Humm
asdfg. belém
tanto quanto canto como quando fendo
tectonização. Pacato eira lá
abalacobacodecaná
da Galiléia
farinha
étnico dendê de fato
arruaça. Alarido. Miau
metalinguística de bosta. Nham nham nham
pato. Um pato é um pato
formidável oxítono térmico de quaresma
faixa de segurança do escambau
escambo do boi fútil
prexa. Liquis fat equm not silic est[a1]
dentac noviq est a folvi a pornivos furtus
retare shic

[a1] Apesar do autor não conhecer patavinas de latim, isto é uma manifestação literária...

ANomiA

Ei!


Onde está ela?

Cadê?


Onde está a poesia?

Será que se esgarçou?

Como está contida?

Em que braços se derrama?

Qual a cor de sua tinta?

Onde está aquela fedida poesia?



POESIAAAAA!!!

Cadê você?
Ei!
Psiuuuuu!


Você é um estado de coisas?
Ou não passa de uma bela ilusão?

TRÁFICO

Um transeunte no itinerário, no tráfego
Transita de trem, tremelica de frio
Destrói as trufas travadas em tântrico
Translada terremoteante trágicas tristezas
Retratadas na trajetória.

Metamomento

Num devaneio um pensamento abstrato
Que, às barreiras do real cotidiano,
Ultrapassou o distinto pensamento
Comoveu meus sentidos, loucos pálidos.

Reprimindo as batidas, submergido
Sucumbi à esperança de ser trágico
aos caprichos dum ínfimo sentimento
Alquimista desrespeitosamente delirante.

A prisão involuntária dos sentidos
na solidez concisa de um velho abrupto
me levou para lugares distintos

de meu medíocre pensamento
estava corrupto?
Em palavras sem significados, assim me encontro.

Claridade adágia

Em busca de um momento ou algo quente
Um sentimento suspirante de emoção
Busco uma musa que também saiba ser fúria
Para com meu ego intervir num devaneio.

Que haja música, palavras e sexo
E um pouco de história pra contar
À revelia, bradantes tumores de alegria
Como uma sinfonia de acordes diminutos.
Pulsam genes apocalípticos de porra nenhuma
E se entregam ao não-ser.

Ai que delícia! Ai como é bom
Pairar sobre a existência pelo menos um segundo
Mundanizar o tempo, as coisas relativas
E amar o que é belo.

Gritemos! Os trombones e os megafones
Sejam a voz de nossa expressão!

Difamar a razão comuna puta!
É isso que ela é!
Feia sofista de ângulos retos
Menina exata, arrogante!

Enfim, numa taverna de qualquer lugar comum
Louvar as inutilidades desse planeta oportunista
Cantar besteiras num samba equivocado
Beber os verbos revertidos e confusos dum poema.

O soneto

O soneto é a talhada mais difícil
Que um mero poeta em vida pode dar
É martelada que dói no âmago, flui no ar
Sentimento que explode como míssil.

O soneto é uma coisa de cuidado
Pois um erro é o fim da coisa bela
O que fazer se a beleza melhor é singela?
O que ornar se o coração está partido?

Não o sei. Soneto é coisa de louco
Digo coisa porque coisa é. Coisa será
O soneto não me poupa nem um pouco

Mas deste texto feio um soneto nascerá
Garanto-lhes. Nem que ele seja rouco
Nesta folha há de existir. Nascerá.

Indagação

José, por que você sofre tanto?
Maria, por que você chora?
José, por que você não sorri?
Maria, por que você está tão ressequida e enrugada?
José, por que você fede a mofo?
Maria, por que suas roupas estão amarrotadas?
José, por que você se embriaga tanto?
Maria, por que você é tão conformada e submissa?
José, por que você trabalha tanto?
Maria, por que você vive com tão pouco?
José, por que você ganha quase nada?
Maria, por que você estende a roupa suja?
José, por que você não tem prazer?
Maria, por que você tem essa esperança?
José, por que você é carpinteiro?
Maria, por que você pariu Jesus?
José, por que você tem calos nas mãos?
Maria, por que você pariu na manjedoura?
José, por que a festa acabou?
Jesus, por que te mataram?

Incompleta poetisa

Linda beleza pura
Do lábio duma dama
Procede mais ternura.
A imagem se inflama.

Explica a linha fácil
De beleza instrospecta
Reflete no rosto ágil
Melancolia secreta.

Falta a lágrima
Para completar a beleza
Falta a lágrima
Vivo sinal de tristeza.

Antes só, só depois

Eu só tem eu
Só tem a mim
Só num banco
E o banco só
Só o frio
E eu
Num ponto de ônibus
A esperar ansiosamente
A condução do consolo
O trabalho é meu
O cansaço é meu
O salário é nosso
O imposto é deles

Mas só, eu e o vento frio
Um vento frio só vento
A solidão é sinfonia

Juntos a outros seres só
Estão juntos e só
Só o vento lhes envolvem
Vento só, frio junto
Eu só eu junto ao só
Que sou só eu
Num banco frio
Num ponto de vento
Num ônibus só
Numa grande vontade
De compartilhar as solidões das pessoas

Eu só vento
Só eu aqui
Só frio só eu
Noite.

Escapulários

“Grammatica falsa non vitiat instrumentum[1]


Sim; Acho que ainda tenho a esperança
digo de ser real, mesmo falso em versos
à você meu peito é árido deserto
Poesia. Em areias de lembrança
Que o sim seja quanto mais posiciono-me
entre tantos outros mais perco o compasso
o seu quinhão de arte sou um minueto
a sua não-plenitude. Em tons falsos
Enverbo agora a existência sou um lapso
de sua mais pura forma de sim. Plástico



Hoje Queria ser uma feia lagarta
Acordo pra garantir o direito de
Como quem vomitar bem em vossos versos
Foi despertado Ofender vossas decências
Pelas tempestades para pedir perdão depois.
Que rasgavam o céu Sei que isso é
Em nebulosas do vácuo Melancolia
Que, encharcando meu coração por isso,
Naufragou então minha alma em mares no não,
De gélidas águas volutas densas hei.





eU poético-dicotômico

Sim; Queria ser uma feia lagarta
Digo pra garantir o direito de
à você vomitar bem em vossos versos
Poesia. Ofender vossas decências
Que o sim seja para pedir perdão depois
entre tantos outros Sei que isso é
o seu quinhão de arte Melancolia,
a sua não-plenitude. por isso,
Enverbo agora a existência no não,
de sua mais pura forma de sim. hei.




Ele dicotômico-poético

Hoje Acho que ainda tenho a esperança
Acordo de ser real, mesmo falso em versos
Como quem meu peito é árido deserto
Foi despertado Em areias de lembrança
Pelas tempestades quanto mais posiciono-me
Que rasgavam o céu mais perco o compasso
Em nebulosas do vácuo sou um minueto
Que, encharcando meu coração Em tons falsos
Naufragou então minha alma em mares sou um lapso
De gélidas águas volutas densas. Plástico



[1] Os erros gramaticais não viciam o instrumento

Carta de um eremita envolto pela multidão, sozinho na imensidão dum vasto deserto de sentimento torturante. Inquisição da alma. Indulgência poética.

É para você que ligarei, à noite, bem à noitinha para contar-lhe meus segredos. Contarei também meu cansaço, moeda por moeda, até que eu chore sob a influência da brisa que soprará naquele momento. Vou ligar-me a você intimamente, para que vejas os meus pensamentos, os mais ocultos. Eis que rirei como cascata em queda, engolindo seco o impacto das pedras lá embaixo; logo pularei de gota em gota daquele vapor: cantarei os odes da mata. O herbáceo odor, o odor das folhas. Aliciar-me-ei a seus cheiros, embalar-me-ei como uma sorridente pamonha aquecida. Os chiados da ligação farão parte da sinfonia, a orelha tende a ficar amassada e vermelha quando pressionada pelo monofone. Sua voz é que conforta a minha dor, a dor de longe estar. É para ti que contarei minhas vitórias, feitos, ações de graça; até a formiga que deixei de esmagar com os pés, à custa de um tombo que levei pela calçada, os livros se espalhando pela lama. Contarei meus projetos mais irrisórios, assim como roubar a flor do terreno da vizinha para lhe ofertar. Assim me derramarei perante ti; assim me reduzirei a confidente patético, de feitos sem sucesso e ignóbeis.

Cântico soneto de avulsas folhas

Um lago, doces cheiros, vento lufa
O boto passageiro rasga o leito
Explode as águas em seu vasto peito
Algas são servis pantufas.

Entre pombas surge uma linda fada
Que entrelaça o mormaço, ar perfeito
Não há nada que se iguale a tal feito
Ela clara se transborda.

Seus vestidos são brisas, pés são bruma
Que enternecem os lagos desditos
À face d’água saúda os beneditos

Que lhe respondem com amor e reverência
Doces tartarugas e jacarés pacatos
São seus súditos.

E com o pincel da beleza, sons sutis, doces sabores, macias carícias, e um perfume irresistível hei de abusar de tua bondade. Você já sabe o proceder: roupas ao chão, corpo suado, etc. O melhor vem depois, um semi-pensamento situado no futuro, não pensando no futuro mas sim ele próprio lá no futuro, atrasado no presente e presente no passado. Após estar contigo não cuido se o sol atrasou ou faltou; não há preocupação, há pósocupação. Deixo de ser eu para ser um sonho nosso. Um sonho insano.

A nossa tática é o beijo
A nossa estratégia é o amor
Nosso objetivo? O subjetivo
Nosso foco: o sentimento.

Nossa vida, nossa impropriedade, nosso bem maior.
Nosso amor, o maior bem.

São esses langores ínfimos que lhe direi ao telefone, quando pressionar a tecla talk ou lançar mão ao monofone e dizer:
— Alô?.

Alento

Os suspiros para quem de direito, para os ombros cansados, para o enfado nosso de cada dia. Amém. A tolerância que faz o honesto ser complacente seja louvada. E Deus também. O sorriso venha ao encontro do angustiado, que os extremos achem no que é bom o seu meio-termo. Que haja paz na Terra e dentro dos corações. Vamos louvar os lugares comuns porque é ali que a beleza reside. A tentativa de sair do óbvio é ansiedade decorrente de perturbação. Que O Grande Perturbador seja aplacado e sua fúria seja neutra. Que os sonhos permeiem as cabeças das pessoas, que todos sejam crianças, e não só reminiscências nubladas de infância .
A incompletitude é motor para o mal. A harmonia entre as forças é que é boa. Se o bom deve ser louvado, louvemos primeiramente a Deus em nossas obras, pensamentos e ações. Que o perdão seja a moeda corrente. Que a noção usual de valor seja destruída. Que não haja riqueza material nem conflitos de interesse. O céu está aí para ser construído. O céu tende a ser uno. Deus é uno. Os humanos são múltiplos. Os humanos são o próprio Grande Perturbador. Os humanos são a latência da destruição inerente. Os humanos são o mal. Os humanos parecem não ter jeito. Eu também sou humano. O que farei? Eu sei o que fazer, não me questione que a resposta virá de cima. De cima de onde o espaço já não serve de nada, de onde o tempo for uma piada. O inferno fica pra baixo e nos puxa tanto. Aí alguém entra na conversa e diz que a gravidade é diabólica porque limitadora e porque não nos deixa voar. O nosso maior desejo barrado. Queria tanto voar. Voar é bom. A dor do não, a dor do não. Mas tudo tem que ter o seu oposto. Ah se não fosse o sim, não haveria não e então eu poderia voar para dentro, fora de mim e do espaço, porque o espaço é outra gaiola. A existência é uma gaiola, a vida é uma gaiola, só a lágrima é livre, e efêmera. Esta palavra efêmera é tão bonita: Efêmera, você me aceita como seu legítimo escritor? Esqueça o não, ele é feio. Beleza eu te amo tanto, mas você é tão fugaz! Senta aqui, vamos conversar mais. Você sempre vai embora tão cedo. A sua vizinha, a poesia, me fascina. Nossa, aquelas curvas! Como é sensual! Ela sempre me seduz e me reduz a nada. Parece que gosta de ver nossa alma lânguida, suja, orgasmada e cheia de mosto. Quando a gente dá uma sacada ela vai embora, aí o que era prazer torna-se dor. Até se acostumar de novo... O mundo: eu não gosto do mundo e gosto do mundo e não gosto do não-gostar do mundo e gosto do não-gostar do mundo e gosto do gostar do não-gostar do gostar-gostar-gostar não gostando sempre do gostar do gostar do não gostar. Vá lá, qualquer coisa de intermédio. Não sei não, mas a tal de filosofia deixou transparecer um pedaço da perna, piscou pra mim. Bem, descobri que era poesia também. Sou cego, e daí? Só porque você me questionou de novo, vou disparatar: E vi que Deus era bom porque poesia, que o universo era bom porque poesia, que a existência era boa porque poesia, porque a vida era boa porque poesia, porque o mundo era bom porque poesia, porque a literatura era boa porque poesia, eu era bom porque poeta. Eu era contradição num vôo onírico e cheio de lascívia. Viajei na alma feminina e vi beleza, complacência, gratidão, vi prazeres também. A mulher era poesia e transacionava minha alma, mas como ela se misturava! Fiquei impregnado de mulher e comecei a me amar. Parei de me amar porque não podia me contemplar a todo o tempo, porque era enjoativo, porque o externo é melhor se misturado com nossa alma e depois, vomitado. O ato de vomitar não pareceu tão brutal assim, até porque comecei a gastar menos folhas de rascunhos. Os rascunhos não tinham tanto mérito por pura questão de estética pobre e convencional. Aí resolvi me contradizer, e contradigo o que me contradiz em outra direção, para que tudo fique muito confuso, prolixo e maravilhoso. Esse negócio de coerência é coisa de gente tonta. Vou falar o que quiser, não vou falar o que quero, vou falar o que não quero dizer, de fato. A minha mãe, a minha mãe é tão legal, eu nunca vou esquecê-la. Já chorei só de pensar em perdê-la. Minha vida não seria a mesma se não fosse a parteira, a médica, a Carmen Silva, minhas irmãs, minhas tias, minha avó. A MÃE DE MINHA MÃE! Que coisa divina! A coerência existencial é linda! Ah se não fosse a Márcia, a Ângela, a Débora, a Lurdinha, a Maria do Carmo, a Nanci, a Santinha, a Neli, a Leonora, a Alexandra, a Isabel, a Eliane, a Helena, minhas professoras! Elegi uma de cada série, arbitrariamente. Lembro-me da primeira namorada, eu tinha 4 anos de idade; ela chamava-se Denise. Há uma que centraliza o meu pensamento e meu sentimento agora: A Jemima. Me sinto no paraíso dos xiítas! Falta pouco para setenta e duas virgens! Sim! Porque devemos aceitar duas coisas: deixamos de ser virgens quando nascemos, ou aceitamos que as mulheres são purificadas a cada sexo, a cada filho. As mulheres nunca deixam de ser virgens. Os homens que são impuros. Guerras se fazem entre reis e nunca entre rainhas! Malditos sejamos nós, os homens! Prostemo-nos ante elas, porque Deus é mulher. Pensa bem homem! Você tem de trabalhar, não carrega o filho, não sente dor, portanto não pode pagar o preço da vida! Somos miseráveis, companheiros.
Voltando ao assunto, proclamo-me como o bendito fruto entre as mulheres. Sou bendito porque por elas fui purificado. Jesus também nasceu de uma mulher, sem a participação do homem. Não sou Jesus e sou bendito! Elas só podem ser divinas!
Donde vem a inspiração? Donde vem a ciência? Vem delas!
Sinto-me enamorado por todas vocês, sejam quem forem, onde estiverem.
Vocês nos dão a vida, comida, educação, paixão, amor, orgasmo, companhia, apoio, e lágrimas quando morremos.

Frêmitos preâmbulos de funesto necrófilo prolixo

Composição Anarqui-Acefálica de qualquer desgraça pouca


A epopéia de microfibra escavava a fraca cópula de Globos, ou seriam Atlas. Velho tonto tomou doril e continuou segurando o mundo. O nefasto neférico fístulo de bípede tetraemocional flertou com o sangue de Aquiles que voava em torno de um Hermes corrupto. E assim destruiu-se a mitologia. Auto-destruição inerente a tudo o que é. Velha ricocheteia fixa a bola de cuspe e árvore na esfera do ecossistema falso que flacidamente virgulava a etnia dos formidáveis ticos de pimbau, lá do agreste. O mestiço fumava (ele tem que fumar nesta cena) e enrugava a testa feito uma caricatura viva. A lesma fazia parte da foto entre pedregulhos e fagulhas de concreto. O trem rodopiava retilineamente sobre a anca do morro ali na favelinha. Daí a Maria acordou com o trem passando dentro de sua casa e dentro de seu corpo, sem quebras de ossos nem hemorragia o trem se evadiu sentido Rua Fernando Pessoa.
O garotinho ali falou que era o Mussolini. Bate na boca filho-de-alguma-coisa que esse negócio de fascio é estapafúrdio anestésico e frígido! De modo que a aliança conservadora do vestibular aqueceu a bota da luz que avançou em quatro segundos um milhão de realidades fosfóricas, as quais tangenciavam o Chico Buarque. Gente boa. O fluxo de informações da límpida anátema de amém colerizava a fibra ótica de deimoseles d’avignon. Pô, fato neguinho de mito mitigado aliterativo. A interatividade do tempo casual revolucionou a ala conservadora do esquálido ermo do ermitão Astrogildo do Ceará que é mera coincidência, seu Severino de Ninguém. O congresso de pancada elegeu o caldo de mico nacional ali da poesia inválida futebol anacrônico derribado em tripas de Ferreira Gullar. O tal de Machado cortou a coisa, que fedeu. A VTR-M 20107 agitou um palanque que saiu voando nas asas do surrealismo. Ismo, ismo, ismo. Alpha, tango, mike.
Versão revista e atualizada por João Ferreira de Camargo LTDA. Bíblia Neoliberal do tal de. Dizem que ele é a reencarnação do mal racional da ignorância em falar a matemática do negócio. Os bussiness atravessaram a avenida gritando e abrindo o zíper. Foram aplaudidos e aludidos no planalto adjacente. Nada de gravitações centralistas. Vamos dissolver o buzão de magos baratas de milho cozido. Boliche na casa da Joana. O plano real foi ali ao boteco e gritou: ai! Foi aplaudido porque ninguém sabia do que se tratava. O pulo do coelho na África coincidiu com a febre do riacho Neanderthal de bororó. Fonte de tísica minérvica de prostíbulos acadêmicos. Prostituíram a liberdade em retângulos demoníacos. Para assim poderem girar em sentido direto ao buraco na dimensão. Os sem-terra ficaram ricos, ninguém sabe porque. O disparate crucificou Barrabás e soltou Jesus. Porra nenhuma. Mas o que era verdade era fora de moda, então não entrou no cálculo do FGTS. O gatinho plácido retumbou no Ipiranga e morreu quinze vezes, acabou cansado de tanto se coçar nos pneus velozes. Atrás do ponto brilhante havia um furo divino que saboreava a felicidade do mundo, porque não existia.
E assim o caso se deu; quem o modificará com cebola de modo genital? Pergunto à Clarice Lispector. Ei, é mesmo, o Sim, esse negócio de existência de Rimbaud?
Mesmo que se o beijo acabou em ponte aérea, a platônica vida de morrer sempre findou em começo de quase algum.

Alusão aos fornicários tacos fixos

Repleta de belezas abóboras fogem das alvas forças concorrentes, inércia dona de casa. Item cru de panela descascada demétriamente benemérita fosca. Figos alternados de boca sujam a praça da República mística titica de cana brava repeteco de mito filosófico através da fúria massificada no coisa de neném devorador. Aleluia julgam os senhores distintos de porcaria elevada para os juros do banco da tangente universal. Pipoca pipoca pipoca. É assim este papo quer queiram que não quer talvez e o contrário do talvez também. Fisgado pela força centrífuga o guardião da macaxeira urge em suas minhocas de cloacas concretas. Foge! - grita o arauto, que morre em seguida, vítima de azia seguida de vômito fetal. Embrulha o pacote de enfermeira necrófaga embrulha um pouco de lombo humano para ofertar a sua família faminta de Tarsila. Porém o arauto é consumido pelas asas dum abutre existencial, assim como hot dogs saltitantes pela avenida Paulista. Ponto final o fim fica no meio da coisa borrada de sangue. Por que sangue? Porque sou demagogo, oras! Cale-se Aristóteles, não diga que há algo de vil! Crescei e multiplicai-vos pragas nucleares assentimentais! Enfestai o mundo de positivismo e empobreçam as mentes controladas! Incito-vos a difundir cada vez mais esse resíduo moral que é vossa alma miserável! Grito ao mundo um grito rouco para que ninguém escute de imediato, mas talvez algum ET compadecido ouça minha prece. A Terra não é o centro do universo, bastardos!
Um caldo de mexerica furtou um negócio do Sampaio. Vai dar briga, como sempre. De repente eles se casam e tudo fica bem. Todo mundo sabe que nada vai bem mas continua com o mediocrismo eventual de sempre e cada dia nosso, amém. Deturparam os templos e Meca explodiu. Quanto catchup! Quanto efeito especial! O homem-bomba cometeu um erro de gravação, mas já havia ido para o espaço. Como regravar a cena? Não olhe para mim Spielberg. Vai se fuder. Quer saber? Vai se fuder você e toda a sua prole, seu filho-da-puta! É isso que penso de você e o Gandhi me apoia, seu emputado! Te odeio também!
Mescalina de fórmica reverencia o muro de Berlim que paira por ali. Meu, sai daqui! Dá um tempo para o Machado! Bem, como alguém dizia, a síntese do cuspe discursivo é o segredo da retórica. Ponto final na mesma linha dizia o professor de história, visivelmente enfadado da burrice dos doutores genitais. Dó ré mil sofás ondulados nas costas dos crustáceos de Hertz, fincavam suas espátulas nas póstumos futuros exatos de mil. Mascarado sapo edifício de edi coisa de parada oxigênia. Masturbação trágica, o homem perdeu um dedo no intestino refulgente às margens do Ipiranga café.
Mitiga a poluição desnecessária à produção de milho e soja, cotados naquele grande barraco, a Bovespa. Vez em quando o cérebro de algum se auto-ejetava e daí era um show, precisava ver. Miolo pra todo o lado. E a vida continuava, menina estúpida. Vaca louca assolou o mandacaru e progenitou a mescla de borracha de látex com a força da gravidade do Ibirapuera. Anhanguera sofre queimadura de milésimo grau e tem sua alma dizimada pelo raio de Prometeus; não é uma grande aflição hepática?
A questão fica de lado e as frases automáticas enxeridas do computador são banidas da gênese dedicada. Milanesa birosca de pluma homeopática ferve a continente escravidão. Buááááááááááááááá!
Mijo, mijo, mijo. É o assunto dos parlamentares de aço. Não vêem o quanto cochicham? E o que poderia ser além disto? Macabra disparidade turca remete às cristas de um pato infeliz. Trágica cena. O gameta de acossado passou a aritmético e lecionou em Oxford. Mas de repente:
Chega um repentista de terno e gravata pára tudo e começa a gemer:
Minha mãe é minha sogra porque eu cometi um incesto mas como eu posso odiar minha maezinha agora que dilema ó José de Arimatéia eu comi a sua irmã mas você é tio do meu filho da puta! Morri ali no Pacaembu e a vida continuou pairei como fantasma na linha do trem assustando os mascates por ali quando a Fepasa sucumbiu. Ó meu patrão vá pro inferno porque o Lênin tá ai. Vai se danar seu molestado que eu sou do agreste e como jabá. Vai se precipitar pandemônio de viaduto congênere atentado universal aos bons modos. Eu não quero o seu dinheiro seu imundo desgraçada vai pras horas inabitáveis que ali é o teu lugar o seu lugar é quando. Me solte e não toque o meu pandeiro pois eu sou cabra da peste e não tô brincando não eu lhe dou uma bofetada que o público vai aplaudir e não adianta me levar ao pináculo do tempo que não nego o que eu disse porque grito algo entre e após a verdade e a mentira disfarçada e necessária ao presidente da associação pútrida. Pare de me olhar se não vou ter um troço seu pedófilo de uma figa necrosada. Eu vim aqui pra lhe xingar seu descarado. Parei de falar palavrão mas é em respeito a esta grande multidão que se aglomera e nos assiste através deste telão. Se não fosse a censura sua avó seria revelada no puteiro! Eu quero te abraçar venha aqui que já seguro um depoimento das suas vítimas de chagas interpostas em prelúdios de nefasta sabedoria lúdica de um apaixonado ermitão narciso que morreu antes de falar com a rainha da batata-doce! É a Maricléia coisa de ninguém que engravidou de ti e pariu um panfleto de renúncia à democracia amálgama de qualquer intermédio ofuscador.
Pego o meu pandeiro e denuncio a falsidade que contém a verossimilhança de um palhaço deveras. Por ti eu pulei do rodapé até a pia fiz bolinho de lagarto e vendi ali na rua seu moleque financeiro! Vou te maltratar dizendo coisas que nem sua mãe sabia porque era analfabeta e vítima da ocasião! É minha irascibilidade que entra em cena agora e te fode seu canalha! Quero te machucar aos poucos! Sinta minha unha raspar levemente sua axila bronzeada de
O professor de história disse ponto final na outra linha e soltou um arroto de duzentos decibéis. Tomou suspensão eterna e foi voar na máquina do Baltasar.
A mula alternativa sobe na faixa de pedestre e galopa. Alopra o tráfego sôfrego que rasteja a sua entupimento de sexta-feira usual. Entardeceram excessivamente as pontes aéreas de itaquera e provenieram uma mulheres. Aêêêêêêêêê! A galera gritou porque o avião caiu. Que coisa feia rir dos outros assim! A caixa preta tinha um sobrevivente que não era o comandante nem a aeromoça de bordel era um sapo cósmico que humilhou a multidão de chicletes laborativos.
Meia sempre quase que queira onde o mi restava cru na estância do Zé. Presta atenção sobre o assunto da pauta que o esquimó já vai chegar de pára-quedas.
O chão havia se molhado e os motoqueiros começaram a desabar, os ricos a reclamarem da falta de segurança e dos barulhos das quedas dos empregados. Assim eu não consigo dormir Ariovaldo! Cai mais devagar e não quebre tanto a perna que amanhã não vai adiantar trazer atestado, seu vagabundo. Vai tomar justa causa e te despejo do barraco. Vai pro olho da rua, tomo sua mulher e como tua filha. Me obedeça e pare de chorar, boicote!
Minha intransigência fez o pandeiro cair e a dona de casa se esfregar mais avidamente no tanque do planalto da Quinta avenida sucupira do final. O texto começa aqui e nunca mais terminará no início.

Gravidez da gravidade



A velha estava grávida duma mulher que estava grávida duma moça que estava grávida duma criança que estava grávida dum bebe que estava grávida dum feto que estava grávida dum embrião que estava grávida dum gameta que estava grávida duma célula que estava grávida dum núcleo que estava grávida duma molécula que estava grávida dum átomo que estava grávida dum elétron que estava grávida dum quark que estava grávida dum nada que estava grávida dum universo que estava grávida duma galáxia que estava grávida duma constelação que estava grávida duma estrela que estava grávida dum planeta que estava grávida dum continente que estava grávida dum país que estava grávida dum estado que estava grávida duma cidade que estava grávida dum bairro que estava grávida duma rua que estava grávida duma família que estava grávida duma pessoa que estava grávida de seu próprio útero que estava grávida duma velha.

Ação

Eles tinham fome. Tinham planos. Executaram-no. Sacaram as armas. Encurralaram os funcionários no escritório. Eles gritavam. Queriam dinheiro. Viam o medo estampado no rosto das pessoas. As pessoas, no chão, choravam. Eles pegaram o dinheiro. Arrancaram o fio do telefone. Deram tiros para o alto. Pegaram celulares. Tomaram o pagamento dos homens fracos. Montaram na moto. Aceleraram. No talo. Mulheres gritaram. Carros ficavam para trás. Curvas eram o limite mais próximo do chão. Sirenes tocavam. Vento batia. O ponteiro do velocímetro progredia. Projéteis concorriam. Voavam. Zuniam. Raspavam. A moto bradava. Os policias vibravam. Os alertas foram dados. Houve agitação. Tinha uma pedra no meio do caminho. Eles caíram. Correram. Entraram no mato. Lançaram ao longe as armas. Suavam. O mundo rodopiava trepidante. Medo. O mato atrapalhava. O fôlego acabava. Os policias alcançavam. Deram voz de prisão. Direito de permanecer calado. Chutaram. Chutaram. Algemaram. Olharam com reprovação. Bateram. Jogaram no chiqueirinho. Encaminharam à Delegacia. Prenderam.

A CRIAÇÃO DO MUNDO SEGUNDO OS ANJOS MONETÁRIOS

No início criou a burguesia o comércio e o mercantilismo, e o capital era sem forma e vazio, e o espírito da demanda se movia sobre a face da sociedade. E disse a burguesia: Haja lucro, e houve lucro; e viu a burguesia que era bom o lucro. Então a burguesia separou o lucro e o gasto, e foi o dia primeiro.
E disse a burguesia: Haja uma expansão no meio do livre comércio e haja separação entre pobres e ricos. E fez a burguesia a expansão, e fez a separação entre as classes que estavam embaixo da expansão. E assim foi.
E chamou a expansão mercado. E foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
E disse a burguesia: Ajuntem-se os lucros debaixo dos céus num lugar, e apareça a porção seca. E assim foi.
E chamou a porção seca proletariado e ao ajuntamento dos lucros chamou capital. E viu a burguesia que era bom.
E disse a burguesia: Produza a sociedade produto de consumo, produto que dê circulação, comércio que de lucro segundo sua demanda, cuja cotação esteja sobre o mercado. E assim foi.
E o comércio gerou o mercantilismo, dando consumo conforme dinheiro em espécie, e o comércio lucrativo, cuja cotação está sobre o mercado conforme dinheiro em espécie. E viu a burguesia que era bom.
E foi a tarde e a manhã o dia terceiro.
E disse a burguesia: Haja fábricas na expansão do capitalismo, para haver separação entre a burguesia e o proletariado, e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para ricos e desfavorecidos.
E sejam para controles na expansão do capitalismo, para orientar a economia. E assim foi.
E fez a burguesia dois grandes controles: O controle maior para orientar o financiamento e o menor para comandar o povo. E fez-se a Revolução Industrial.
E a burguesia a pôs na expansão do comércio para sustentar o capitalismo.
E para governar os ricos e desfavorecidos, e para fazer a separação entre direita e a esquerda. E viu a burguesia que era bom.
E foi a tarde e a manhã e o dia quarto.
E disse a burguesia: Produzam as indústrias capitais abundantemente, valor em moeda corrente, e voem os índices e cotações sobre a face da expansão capitalista.
E a burguesia criou as grandes multinacionais e todo o capital em moeda corrente que as fábricas abundantemente produziam conforme suas espécies, e todas as cotações conforme os seus índices. E viu a burguesia que era bom.
E a burguesia os oficializou dizendo: Seja livre o comércio e que vença o mais forte, multipliquem-se os bancos e enchei os fundos de investimentos, e os consumistas se multiplicarem na face da Terra.
E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.
E disse a burguesia: Produza os fundos juros correntes conforme os seus rendimentos, finanças e negócios, e impérios industriais conforme seus empreendimentos. E assim foi.
E disse a burguesia: Façamos o sistema nossa imagem e semelhança, que o capital seja a principal criatura e que reja a sociedade pelo livre comércio e livre concorrência. Transformem as famílias em seres monetários, que o pai seja o responsável pelo patrimônio bruto e líquido e que os filhos nos sirvam de escravos. Já que somos geneticamente superiores esmaguemo-lhes sob a nossa ditadura. Que a sociedade seja pura e simplesmente um sistema de exclusão e que o proletariado esteja sob a lama dos nossos pés.

Alvo fulgor

A candura desta alma vai vertendo
E semeia a paz, o amor, a tolerância
E constitui tenaz a existência
De um sóbrio anjo que vive amando.

O anjo é você, vou te gritando
Nas ruas de minha trágica indecência
Brados de paixão sagaz, de pura ânsia
E tudo o mais o que ditar seu mando.

Sigo, à luz da razão te iluminando
E louvo tua santa complacência
Pois que, a emoção te aquecendo,

Vou eu te vassalando e te querendo
Por pouco não perdendo a paciência
Por menos não rasgando o meu manto.

Confissões

Ivanildo, inválido indo
Texto fraco, sem sal e sem ritmo
Ô pobreza! Ó escárnio
Derrete a pele, arregaça as chagas
Desenverba os inadjetivos choventes: prurido
Minhãm, futuh, prás

cOmputador estúpido!!!

Ritual diário meca
Nicismo proliferado falsa ideologia
Infectada na prole dos otários que são meus irmãos de vermelho sangue e provocam um verso longo
Você é apenas humano, não é Atlas
Não tente carregar o mundo nas costas paspalho
Foi isso que me disse o doutor em psicologia.

Doutor, doutor e tudo quanto o homem possui dará por seu órgão erétil!
Esqueçam. Falemos dos politburos
Não, não disse nada acerca dos políticos brasileiros

Direi-lhes: chega uma hora que o lírico se dilacera tanto que a narrativa vira uma coisa sem nexo
Aquela linha tão prezada vira um montão de lixo; e pior: sem estilo nem sentimento
Ah! mas disseram também que ser oco é moda. Fodamo-nos!!!
O que realmente importa são as matemáticas.

AGORA EU ENTRO NO DISCURSO: Mentira! Contesto! Refuto! Protesto! Bando de animais sem inteligência! Parem de falar disparates! Olhem para Atenas, olhem para o índio, resgatem vossa herança, tirem os pés da lama. ACORDEM!!! O matadouro é paulatino, é pau latino, é Paula Tino! Desatino! Quem ousa me contestar! Sou a expressão da realidade e da verossimilhança em todos os graus e variações! Safo, a décima musa, me ampara e não há demônio que há de interromper- me, apesar de eu saber muito pouco, sim muito pouco, acerca da vida, ao mesmo tempo tudo sei, visto que sei nada e sei disto. Seus porcos! (refiro-me a mim outro). Não deixem a poesia morrer!!!

Sou daqueles escritores medíocres que não têm coragem de publicar por conta própria o primeiro livro. Sou daqueles que se tirarem o livro da bolsa sentem que faltam-lhe um pedaço. Sou aquele que se pergunta: Afinal, quem é Racine? Sou daqueles que saem do Olimpo e caem diretamente no Tártaro. Sou uma lástima! Sou uma crise de auto-estima! Meu Tânatos é mais forte do que eu, que não sou.

Há mais coisas nas não-existências do que nas existências; isto é uma questão lógica e matemática. Eu que abomino matemática tenho citado esta palavra muitas vezes. Comprei até uma HP! Talvez isto não seja...

EU SAIO DISCURSO.................................................................................................

Um dia não haverá mais hierarquia, nem classes, nem moeda como intermédio. Não haverá marketing nem finanças.
Neste dia as crianças serão crianças.

Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo.
Isso é o bastante.

O GRANDE SILOGISTA: Se todas as cartas de amor são ridículas, logo todas as ancas imaginárias tornam-se bolo de fubá. Os complexos temas de bem-te-vi altercam as janelas inóspitas, cheias de insulfilm. O é não pode ser porque ter é não ter estando no tubo encefálico.

Histórinheta picuínhada?

Era uma vez uma menina andrógina que gostava de carvão. Os jardins aleatórios colhiam mamães cotadas sempre em dólares, com lastro em lama. Um dia a menina não cresceu, apodreceu. Naquele lugar não existia felicidade, em compensação havia eternidade. Infelizes para o nunca. Aquela menina mancava e gritava e fazia questão de pisar somente nos acidentes do céu lateral. Lambeu a lua, acreditem. Tão mau-hálito! Hífen, ela enfiou com toda a força um hífen no seu hímen, que coisa bizzarra! Foi sangue para todo o lado! Orgasmo seguido de latrocínio: sua infância se lhe fora rio abaixo. Sua casa era o esgoto. E nada disso era tão trágico porque durou uma vida toda e não somente um pôr-do-sol. Como ela odiava Aristóteles e gostava do Hades! Gótica? Talvez. Sapatão? Não. Contarei-lhes um segredo: ela era misantropa. Estudar antropologia era uma heresia, um sacrilégio. Sinto relatar, mas ela era atéia também. Não acredita em Deus e nem nos homens. Em que acredita? Eu não o sei, vá você e pergunte, indague-a; seu nome é Valeschka Vissarionovitch de Tal e Mais Alguma Coisa. Ela gostava mesmo era de sua vagina; acreditava em todos os Orgasmos que tinha. Só isso e mais nada. No mais, pegava seu martelo e acariciava o maxilar com leves pancadas, o que já causava um negrume na queixada, a qual pode-se dizer que estava infeccionada. Mania besta! Bem-feito! Não é isso que dizem os grandes populares, doutos em senso-comum? Muitos termos-chave foram despendidos em exortações religiosas e exorcizações, porque tudo é a mesma coisa, oras!!! Não meta o teu pinto em buracos variados, monopolize o seu sexo até que ele apodreça! Não meta vossa língua num copo cheio de uísque e absinto, para que assim eu não vos amaldiçoe e não seja descoberta a tua nudez no teto da congregação! Não olhe tão longamente para as deliciosas bundas destas garotas, porque não vais dar conta de comê-las todas! Olhe lá onde pisa! Um passo em falso e pisará fora da merda! O mundo é uma merda generalizada – Exclama Valeschka, putando-se – Olhe em quem vota porque o futuro de seu cú depende disso. (Réplica da garota: Excelência, não me importo tanto, de qualquer maneira ele será fodido! Meu rabo é um pretérito imperfeito!).

EU VOLTO PARA A NARRATIVA: Mas que porra é essa? Que bagunça que fizeram com minhas idéias brilhantes! Alter-egos malditos! Meu zênite será enxotá-los todos, um a um. Vês aqueles porcos? Entrem neles e precipitem-se no mar! Abomino-lhes!!! Mas o quê. Arghhhhh!!! Soltem meu pescoç..

VALESCHKA: As valsas são a síntese. Amo-as. É lógico que trágico e múltiplo são rápidos. Mas a batata tá assando! Não há campos, tampouco índios! Há panela de pressão! Socorram-me! pERSONAS, venham ao meu encontro!

JOSÉ DA SILVA: Que diálogo maldito Eu gosto tanto da minha infância... A política tá morrendo, mas ainda há homens nela. Não sei me definir. Ei! Capitalismo! Já acordei! Um dia te saberei e puxarei-te da tomada. Espere.

ROBERTO CAVALCANTE DE ALMEIDA: Calma gente. Ô Adriano, pensei que já havia definido sua personalidade e escolhido com quem iria grudar o rosto. Mas vejo que sua retórica está travestida e camuflada. Você é perspicaz, mas é apenas humano. Lembre-se do que o psicólogo lhe disse.

ADRIANO: Tenho medo.... da prosa. Retórica? Não sei o que é isto. Minhas vistas ardem. Minha namorada me ligou e me disseram que a propriedade é um roubo. Acho que vou para o inferno, de acordo com o sistema de punições e recompensas. Falando em punições: Métodos Quantitativos... Quero publicar meu livro, escrevam minha biografia, quero começar uma monografia complicada.

JOSÉ DA SILVA: Você é volúvel.

VALESCHKA: Volúvel e bicha.

ROBERTO CAVALCANTE DE ALMEIDA: Volúvel, bicha e precipitado.

ADRIANO: Volúvel, bicha e precipitado, e PAI DE TODOS VOCÊS!!! Calem-se! Ou limitem-se somente a dizer o que não sei de fato!

Pastelante, postídico, punhetara, siririquismo, bulhofantes das primícias irracionais. Nacionais

Louvemos os atentados culturais, os erros de ortografia e toda nossa ignorância. Tudo isso é absoluto pra caramba. Bolinhas de gude.

Como todas as composições que pairam tênues entre o ridículo e o genial, acaba sem conclusão.

Autor verossímil: Adriano de Lima
Autores reais: José da Silva, Roberto Cavalcante de Almeida e Valeschka Vissarionovitch de Tal e Mais Alguma Coisa

Barueri, 31 de agosto de 2005.

DEFINIR OU DEFINHAR?

O amor é uma forma sem o f

O amor é vário, é um pássaro infernal
Que fede e cheira e é inodoro
É um cão sarnento e sem decoro
É uma vil estátua de sal.

Diria que o amor é contradição logo de cara, mas é óbvio; por isso prossigamos

O amor para dizer verdade não existe
Porque as pessoas não existem
Logo, não existem corações
E com um silogismo destruímos Eros

O amor nunca será um meio-termo
Nunca será filosofia
Não sejam tão pretensiosos, os psicanalistas acertaram
O amor, repito para ficar enjoativo, o amor é puro instinto
É puto instinto, o erro me sugere.

O amor de um jeito filho da mãe entrelaça
As pessoas, amarra, distorce. O amor é lindo
Me faz ter lágrimas nos olhos
Eu nem sei o que é amor!

Mas é ai que está! Não há metafísica no amor
Como não o há nas árvores
Por isso somente as árvores amam
E nada mais ninguém mais
Ah! se eu soubesse o amor!

Mas não. Deve-se senti-lo da mais brusca forma
Aos supetões, às porradas, às pancadas, às porretadas
Esse amor me fode!
Onde está você amor?

Foi só uma brincadeira. Eu sei que estás ai
Aí aonde? Em todo o lugar
Menos em mim
Por isso te busco
Como um louco paulistano faminto e desvairado

Ah! se eu comesse, à fartas porções, o amor!
Queria eu me fartar dele, arrotar amor
E beber cicuta passional
Cianureto de pancada, de amor.

Amor eu te sei. Amor eu te sinto
Amor eu não te sei. Amor ainda te sinto
Sem amor eu não seria homem
Seria bichoOu nada seria.

macucomuquecamanacámaculelê

O índio, insisto, teve um ataque
Pulou e gaguejou qual saltimbanco (ácido)
Teve espasmos, chiliques, salamaleques
Gritando: Sou pancada! Sou pancada! Entretanto

Não há gigante forte que me Iraque
Nem se vier vestido com um fraque
Fico e o bicho não pega. Ponto.
Se vacilar troço dele e canto.

Rodopia, dá salto, faz um trekking
Olhe lá que índio agora tem marketing
Cuidado comigo pois eis que globalizo
Nas mentes esquecidas do universo.

Não importa, giro capoeira
Sem amigos homens neste mundo
Acho na terra minha companheira
Sento, como é óbvio, no meu estardalhaço.

O Dom do índio vencedor e forte
É ser além de oxítono
Além de mão,
Humano.

Trajeto


Era uma vez uma criança muito inteligente que ainda não ia para o prézinho porque não tinha idade suficiente. Por isso estudava as lições do pré enquanto aguardava o tempo chegar. No pré estudava as coisas do fundamental. No fundamental, as coisas do médio. No médio, as do superior. No superior aspirava aos ensinamentos do mestrado. No mestrado visava os preceitos do doutorado. No doutorado sonhava com o pós-doutorado. Quando se pósdoutorounummontedecoisasquenãosabiaparaoquerealmenteservia começou a olhar para os ensinamentos das crianças e virou realmente um sábio. Ficou um pouco nervoso quando descobriu que poderia ter encurtado o caminho, sendo sempre criança.
E depois morreu, farto de sabedoria.

Tratado meta-encíclico dum demônio poético

Uma poesia cheia de poesia é igual a uma poesia vazia de vácuo. Uma filosofia oca lotada de poesia é rancor humano. Todas as produções artísticas têm pelo menos um dedo de tristeza. A própria alegria é tristeza encalacrada. Uma poesia repetitiva é desespero. Concreta, disparate. Lírica, vontade humana. Uma poesia narrativa é um naco de casca de machucado. Band-aid. Não existe poesia se não existe poesia. Uma pedra, de vez em quando, é poesia e filosofia. Langores são qualquer coisa. Tédio é proesia

Tributo a Arthur Rimbaud

Clarividente, um Rimbaud contorciona o espírito
E grita, e mija, mija na batina do eminente
Um tal de ato colorido e inconseqüente
Ele rola pela grama.

Ele sorri. Seu sarcasmo é iliterário e irredutível
Despenca de altos rochedos um ébrio barco
Cheio de absinto.
No no no no no no no no no no no no no no no.

Gramas, outeiros. Uma bíblia e uma conspiração maçônica
Verve pelos pêlos patriotas
Ri, e baba cheio de mosto. Idiotas!
Grita ele, sem saber exatamente.

Acreditem no decassílabo, acreditem na rima
Acreditem nos brancos versos
Impregnados de negrume da alma
Creiam nos desfechos mal elaborados.

Siga aquele garoto que fala latim!
Entra num americano táxi cinematográfico

O tal de Arthur mija na crítica
Ele mija em si mesmo
Porque sua alma é apócrifa
E aleatória em seus reflexos.

Poetas de meia-hora
Tomem cuidado com o Jean Nicolas
Tenham cuidados com seus sonhos
E sua maldição premeditada.

ADVÉRBIO

Não.
Hummm, Não.
Não... deixa eu ver: Não.
Nãããão.
Não, não e não
Eu disse não.
Na-na-ni-na-não.
Negativo
De jeito nenhum!
Não não é sim. É não
N-Ã-O!
Ene a ó til: Não
Nenhuma das alternativas. NDA
Negado
Nihil
Not, never.
Non.
No
Não para todas as perguntas.
Não para você também.
Você já disse não hoje?
Não?
O quê?
Não
Nunca!
Nenhum
Nada
Nem um
Ninguém
Não.

Não-ego

Eu sou três quatro sete meia três cinco um zero dígito seis
Eu sou dois oito meia quatro zero
Eu sou três zero dois sete três cinco um dois oito dígito onze
Eu sou dois oito nove zero um seis nove nove zero um
Eu sou zero três zero quatro três zero meia dois
Eu sou oito quatro sete
Eu sou um três um sete dois dois quatro oito um três
Eu sou um do quatro de mil novecentos e oitenta e três
Eu sou um e noventa e três
Eu sou noventa e três
Eu sou quarenta e quatro
Eu sou cinqüenta e seis médio
Eu sou quarenta e seis
Eu sou quatro sete oito nove três quatro zero meia
Eu sou sete um quatro um três sete cinco meia
Eu sou oito horas
Moro à rua quatro número quarenta e cinco
Eu sou treze
Eu sou zero vírgula alguma coisa
Meus amigos diziam que eu era dez
Mas os professores davam sete, cinco, quatro
ZERO.
Eu sou saldo negativo
Eu sou vinte e dois
Eu sou tantas horas e tantos minutos
Eu sou quantificação,
Logo, nada sou.