Ivanildo, inválido indo
Texto fraco, sem sal e sem ritmo
Ô pobreza! Ó escárnio
Derrete a pele, arregaça as chagas
Desenverba os inadjetivos choventes: prurido
Minhãm, futuh, prás
cOmputador estúpido!!!
Ritual diário meca
Nicismo proliferado falsa ideologia
Infectada na prole dos otários que são meus irmãos de vermelho sangue e provocam um verso longo
Você é apenas humano, não é Atlas
Não tente carregar o mundo nas costas paspalho
Foi isso que me disse o doutor em psicologia.
Doutor, doutor e tudo quanto o homem possui dará por seu órgão erétil!
Esqueçam. Falemos dos politburos
Não, não disse nada acerca dos políticos brasileiros
Direi-lhes: chega uma hora que o lírico se dilacera tanto que a narrativa vira uma coisa sem nexo
Aquela linha tão prezada vira um montão de lixo; e pior: sem estilo nem sentimento
Ah! mas disseram também que ser oco é moda. Fodamo-nos!!!
O que realmente importa são as matemáticas.
AGORA EU ENTRO NO DISCURSO: Mentira! Contesto! Refuto! Protesto! Bando de animais sem inteligência! Parem de falar disparates! Olhem para Atenas, olhem para o índio, resgatem vossa herança, tirem os pés da lama. ACORDEM!!! O matadouro é paulatino, é pau latino, é Paula Tino! Desatino! Quem ousa me contestar! Sou a expressão da realidade e da verossimilhança em todos os graus e variações! Safo, a décima musa, me ampara e não há demônio que há de interromper- me, apesar de eu saber muito pouco, sim muito pouco, acerca da vida, ao mesmo tempo tudo sei, visto que sei nada e sei disto. Seus porcos! (refiro-me a mim outro). Não deixem a poesia morrer!!!
Sou daqueles escritores medíocres que não têm coragem de publicar por conta própria o primeiro livro. Sou daqueles que se tirarem o livro da bolsa sentem que faltam-lhe um pedaço. Sou aquele que se pergunta: Afinal, quem é Racine? Sou daqueles que saem do Olimpo e caem diretamente no Tártaro. Sou uma lástima! Sou uma crise de auto-estima! Meu Tânatos é mais forte do que eu, que não sou.
Há mais coisas nas não-existências do que nas existências; isto é uma questão lógica e matemática. Eu que abomino matemática tenho citado esta palavra muitas vezes. Comprei até uma HP! Talvez isto não seja...
EU SAIO DISCURSO.................................................................................................
Um dia não haverá mais hierarquia, nem classes, nem moeda como intermédio. Não haverá marketing nem finanças.
Neste dia as crianças serão crianças.
Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo, Lirismo, lirismo.
Isso é o bastante.
O GRANDE SILOGISTA: Se todas as cartas de amor são ridículas, logo todas as ancas imaginárias tornam-se bolo de fubá. Os complexos temas de bem-te-vi altercam as janelas inóspitas, cheias de insulfilm. O é não pode ser porque ter é não ter estando no tubo encefálico.
Histórinheta picuínhada?
Era uma vez uma menina andrógina que gostava de carvão. Os jardins aleatórios colhiam mamães cotadas sempre em dólares, com lastro em lama. Um dia a menina não cresceu, apodreceu. Naquele lugar não existia felicidade, em compensação havia eternidade. Infelizes para o nunca. Aquela menina mancava e gritava e fazia questão de pisar somente nos acidentes do céu lateral. Lambeu a lua, acreditem. Tão mau-hálito! Hífen, ela enfiou com toda a força um hífen no seu hímen, que coisa bizzarra! Foi sangue para todo o lado! Orgasmo seguido de latrocínio: sua infância se lhe fora rio abaixo. Sua casa era o esgoto. E nada disso era tão trágico porque durou uma vida toda e não somente um pôr-do-sol. Como ela odiava Aristóteles e gostava do Hades! Gótica? Talvez. Sapatão? Não. Contarei-lhes um segredo: ela era misantropa. Estudar antropologia era uma heresia, um sacrilégio. Sinto relatar, mas ela era atéia também. Não acredita em Deus e nem nos homens. Em que acredita? Eu não o sei, vá você e pergunte, indague-a; seu nome é Valeschka Vissarionovitch de Tal e Mais Alguma Coisa. Ela gostava mesmo era de sua vagina; acreditava em todos os Orgasmos que tinha. Só isso e mais nada. No mais, pegava seu martelo e acariciava o maxilar com leves pancadas, o que já causava um negrume na queixada, a qual pode-se dizer que estava infeccionada. Mania besta! Bem-feito! Não é isso que dizem os grandes populares, doutos em senso-comum? Muitos termos-chave foram despendidos em exortações religiosas e exorcizações, porque tudo é a mesma coisa, oras!!! Não meta o teu pinto em buracos variados, monopolize o seu sexo até que ele apodreça! Não meta vossa língua num copo cheio de uísque e absinto, para que assim eu não vos amaldiçoe e não seja descoberta a tua nudez no teto da congregação! Não olhe tão longamente para as deliciosas bundas destas garotas, porque não vais dar conta de comê-las todas! Olhe lá onde pisa! Um passo em falso e pisará fora da merda! O mundo é uma merda generalizada – Exclama Valeschka, putando-se – Olhe em quem vota porque o futuro de seu cú depende disso. (Réplica da garota: Excelência, não me importo tanto, de qualquer maneira ele será fodido! Meu rabo é um pretérito imperfeito!).
EU VOLTO PARA A NARRATIVA: Mas que porra é essa? Que bagunça que fizeram com minhas idéias brilhantes! Alter-egos malditos! Meu zênite será enxotá-los todos, um a um. Vês aqueles porcos? Entrem neles e precipitem-se no mar! Abomino-lhes!!! Mas o quê. Arghhhhh!!! Soltem meu pescoç..
VALESCHKA: As valsas são a síntese. Amo-as. É lógico que trágico e múltiplo são rápidos. Mas a batata tá assando! Não há campos, tampouco índios! Há panela de pressão! Socorram-me! pERSONAS, venham ao meu encontro!
JOSÉ DA SILVA: Que diálogo maldito Eu gosto tanto da minha infância... A política tá morrendo, mas ainda há homens nela. Não sei me definir. Ei! Capitalismo! Já acordei! Um dia te saberei e puxarei-te da tomada. Espere.
ROBERTO CAVALCANTE DE ALMEIDA: Calma gente. Ô Adriano, pensei que já havia definido sua personalidade e escolhido com quem iria grudar o rosto. Mas vejo que sua retórica está travestida e camuflada. Você é perspicaz, mas é apenas humano. Lembre-se do que o psicólogo lhe disse.
ADRIANO: Tenho medo.... da prosa. Retórica? Não sei o que é isto. Minhas vistas ardem. Minha namorada me ligou e me disseram que a propriedade é um roubo. Acho que vou para o inferno, de acordo com o sistema de punições e recompensas. Falando em punições: Métodos Quantitativos... Quero publicar meu livro, escrevam minha biografia, quero começar uma monografia complicada.
JOSÉ DA SILVA: Você é volúvel.
VALESCHKA: Volúvel e bicha.
ROBERTO CAVALCANTE DE ALMEIDA: Volúvel, bicha e precipitado.
ADRIANO: Volúvel, bicha e precipitado, e PAI DE TODOS VOCÊS!!! Calem-se! Ou limitem-se somente a dizer o que não sei de fato!
Pastelante, postídico, punhetara, siririquismo, bulhofantes das primícias irracionais. Nacionais
Louvemos os atentados culturais, os erros de ortografia e toda nossa ignorância. Tudo isso é absoluto pra caramba. Bolinhas de gude.
Como todas as composições que pairam tênues entre o ridículo e o genial, acaba sem conclusão.
Autor verossímil: Adriano de Lima
Autores reais: José da Silva, Roberto Cavalcante de Almeida e Valeschka Vissarionovitch de Tal e Mais Alguma Coisa
Barueri, 31 de agosto de 2005.